Por Andréa Mussnich – facilitadora CENEX
Uma das palavras de ordem do momento é resiliência, entendida como a capacidade de diante de situações estressantes, de adversidade ou de pressão adaptar-se positivamente, mantendo seu nível de performance. Bem, não há dúvida de que nosso contexto nos últimos meses tem imprimido todos estes componentes adversos e têm exigido que tenhamos uma reação positiva em termos de adaptação.
Penso que em certa medida devemos sim ter um olhar Pollyanna da vida. Pollyanna é a personagem do livro infanto juvenil de Eleanor Porter, uma menina de 11 anos que perde os pais e passa a ensinar o “jogo do contente” que havia aprendido com o seu pai. O jogo consiste em procurar extrair algo de bom e positivo em tudo, mesmo nas coisas aparentemente mais desagradáveis. Sem exageros, mas buscar enxergar aprendizados com as experiências que não corresponderam às nossas expectativas.
Adotar uma visão positiva, sendo esta entendida como construtiva, nos permite encontrar alternativas diante de situações difíceis. Entretanto, será preciso não só ver as alternativas, mas estarmos de dispostos a nos adaptarmos para adotarmos diferentes opções de ações. Aí entra em cena uma característica que faz parte da resiliência que é a adaptabilidade.
Ser adaptável não significa aceitar sempre a mudança sem questionarse ela faz sentido ou não. É adotar uma postura positiva diante da mudança, entendendo que ela pode trazer benefícios e que há necessidade por vezes de mudar nosso comportamento para que possamos alcançar nossos objetivos.
“Quando a situação for boa, desfrute-a.
Quando a situação for ruim, transforme-a.
Quando a situação não puder ser transformada, transforme-se”.
Viktor Frankl
A adaptabilidade se torna mais necessária ainda, quando estamos lidando com situações sobre as quais temos pouco ou nenhum controle ou possibilidade de atuação. Nestes casos, a fim de vivermos sem sofrimento, nos cabe entender que precisamos nos predispor a uma transformação. Essa transformação pode ser mais fácil para uns do que para outros.
Aquele que possui clareza e foco nos seus objetivos irá realizar as mudanças que forem necessárias com mais facilidade. Ou seja, o autoconhecimento facilita este processo na medida em que ao nos conhecermos identificamos os motivos pelos quais algumas situações nos paralisam ou nos tornam rígidos diante de uma necessidade de adaptação.
Que crenças estão nos limitando? Que emoções estão presentes e por que razão determinados gatilhos são acionados?
Adaptar-se não significa perder a sua essência, ou deixar de buscar seu propósito, mas sim, encontrar outros caminhos para realizá-lo.